Prevenção ao suicídio é tema de discussão no CAPS

O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) realiza durante o mês de setembro um movimento de conscientização da população sobre o suicídio. ‘Setembro Amarelo’ foi escolhido para discutir a prevenção e ações para identificar os sinais de risco e oferecer ajuda. A cada suicídio cerca de seis a dez pessoas são impactadas diretamente. O tema é considerado de saúde pública e o debate busca evitar que pessoas tirem a própria vida.

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), diz que a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. Por ano, são registrados 800 mil casos. Em jovens, de 15 a 29 anos, o suicídio é a segunda causa de morte registrada. No Brasil, a cada 45 minutos, uma pessoa tira a própria vida. Em média são 32 registros por dia. A CVV (Centro de Valorização da Vida) apresentou informações de que o suicídio mata mais do que a Aids e muitos tipos de câncer no País.

De acordo com a enfermeira e coordenadora do CAPS, Camila Fernanda dos Santos, o objetivo é chamar a atenção das pessoas para o tema e os profissionais do órgão estão aptos a orientar pessoas com desejo pelo suicídio. “Nosso trabalho é atender pacientes destinados a atenção psicossocial a portadores de sofrimento psíquico grave e nos colocamos a inteira disposição das pessoas e familiares que estejam vivenciando situações difíceis, tais como o suicídio”, explicou.

A psicóloga Juliana Feroldi listou alguns sinais de alerta para detectar se uma pessoa pode cometer o suicídio. “É preciso reconhecer os padrões de pensamento suicidas como pensamentos obsessivamente e que não conseguem parar, pessoas que se sentem extremamente sem esperança”, disse ao acrescentar que as pessoas também podem apresentar emoções suicidas como mudança de humor, excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha.

A enfermeira chamou a atenção para os seguintes pontos: reconhecer avisos verbais. “Quando alguém começar a falar muito sobre morte, preste atenção”. Camila salientou que é preciso ficar de olho na melhora súbita. “Muitas vezes, o maior potencial para o suicídio não é o fundo do poço, mas a súbita sensação de melhora”, afirmou.

Segundo Juliana, também é crucial reconhecer a mudança de comportamento. “Quando você sentir que a pessoa está querendo fechar pontas soltas, doar seus pertences, fazer arranjos financeiros ou visitar vários entes queridos de uma só vez, é hora de intervir”, frisou ao concluir que é fundamental também reconhecer comportamentos irresponsáveis e perigosos como o uso excessivo de drogas, direção imprudente e sexo desprotegido, mudanças extremas na rotina e não ignorar fatores de morte como perda de um membro da família, desemprego, bullying e separações traumáticas.

Texto: Assessoria de Imprensa

Foto: Divulgação