Imagine ouvir um trecho da música Tocando em frente composta por Almir Sater e Renato Teixeira, em 1990, “ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais”, ao som da viola caipira. Se deu saudade, para os 15 alunos, do curso de viola, o saudosismo é substituído pelo aprendizado e emoção.
O curso conta com o instrutor Cesar Sulini e durante as aulas, os participantes aprendem noções básicas, conhecimento sobre a história da viola, técnicas de mão direita e esquerda, técnicas de ponteado, além de conhecer ritmos do cancioneiro caipira e aprender a tocar músicas.
Sulini leciona há três anos e toca viola caipira a cerca de 10 anos. Para ele, o instrumento faz parte da cultura. “A viola veio trazida de Portugal e com o tempo foi se fundindo nas regiões sendo um instrumento muito importante em festas populares e religiosos da época. Hoje, a viola caipira tem um papel importante em nossa cultura, ganhando novas formas e abrangendo desde o caipira ao erudito”, explicou.
O instrutor comentou ainda que durante o curso, os alunos irão aprender quatro ritmos: Guaranis (Chalana), Toada (Chico Mineiro), Arrasta-pé (Moreninha linda) e Cururu (Canoeiro). “A Viola tem essa magia, de que quando tocamos, ouvirmos e sentimos o som reproduzido por suas cordas, nos leva a lugares maravilhosos que nunca estivemos e também nos faz recordar de bons momentos que vivemos”, salientou Sulini.
O professor disse ainda que a viola caipira tradicional possui 10 cordas e o violão 6. A diferença entre os instrumentos está no tamanho, na sonoridade e a afinação. “Quando tocamos a viola sem fazer nenhum acorde já temos um tom definido (D) Ré ou (E) Mi, para tirar o mesmo som no violão é preciso formar os acordes”, concluiu.
Segundo a diretora de Cultura, Luciene de Oliveira Santos, o curso de viola é uma oportunidade para resgatar a tradição do município e de propagar o instrumento para as novas gerações. “Sabemos o quanto o aprendizado cultural contribui para nosso crescimento pessoal e interpessoal. O curso trabalha a inteligência emocional, a comunicação e ajuda a resgatar os antigos encontros de viola que aconteciam pela cidade como na biblioteca e estabelecimentos comerciais”, enfatizou. A capacitação é realizada pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) com apoio do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste), em parceria com o Governo do Município de Buritama, por meio do Departamento de Cultura.
Publicação: 24-04-2023 – às 07h49